Maratona de Cinema é acolhida por diferentes setores

por César Soares

No começo um projeto acadêmico, depois uma proposta audaciosa e inovadora, agora um grande evento cultural. A primeira Maratona de Cinema da Colônia Z-3, promovida por alunas do curso de Comunicação Social da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), ganhou tamanha consistência e amplitude que culminou arrebatando os mais variados apoios de diferentes segmentos. Instituições da própria comunidade zetresense e de outras localidades da cidade apostaram na proposta e se somaram, oportunizando três dias de muito cinema, entretenimento e lazer àquela comunidade.

Com presença no local, serviços, brindes, divulgação e mesmo algum patrocínio, doze empresas, dentre veículos de imprensa, lojas e instituição de ensino, vão possibilitar que, de sábado (19) a segunda (21), centenas pessoas, distanciadas do cinema, por inúmeras questões, possam assistir a um bom filme. Aliada à telona, o público poderá acompanhar também sessões comentadas, atividades artísticas e exposições. Tudo ao simples custo da vontade e ao alcance dos olhos.

Apoio

Empreendedores que acreditam na difusão cultural a partir de iniciativas deste tipo, se engajaram, como Regina Matias. Há 13 anos no ramo farmacêutico e estético, nas Três Vendas e Centro, a também ex-gerente do Sine Pelotas se agregou a idéia por ver no projeto uma oportunidade de fácil acesso ao cinema. “Sempre apoiamos eventos culturais, indiferente de ser no meu reduto de clientes. E me estimulei ainda mais porque o trabalho beneficiará uma comunidade que lida com várias dificuldades como já pude perceber em outras ocasiões, e que realmente carecem”, justificou a proprietária das farmácias Nsa. Senhora Aparecida e espaço de beleza Evidency. A farmácia estará na Z-3, nos três dias oferecendo ainda serviços de verificação de pressão e outros.

O supervisor de lojas da rede Manlec, em Pelotas, Valdeci Petitot, enfatiza que sua empresa sempre busca estar perto de ações que envolvam o bem-estar da comunidade porque nela estão seus clientes. Ao confessar que num primeiro momento achou que seria apenas mais um trabalho universitário, disse estar surpreso com as dimensões do projeto. “A procura pelos ingressos foi grande aqui na loja e com certeza será uma grande festa. As meninas conseguiram vender bem a idéia e tornaram o projeto expressivo. Estamos muito satisfeitos em colaborar com um evento desse porte”, destacou.

Na contramão da realidade

A promoção de exibições de filmes numa comunidade distante do perímetro central também cativou o respaldo da Secretaria Municipal de Cultura (Secult). Segundo o titular da pasta, Mogar Xavier, a iniciativa sobressaiu-se na medida em que propôs uma ação que vai de encontro a uma realidade recente de supressão da arte cinema na cidade, traçando um novo percurso de resgate. “É um projeto maravilhoso. Quando todos querem ir aos grandes centros onde estão concentradas as forças de cultura, e infelizmente no nosso caso já nem tão concentradas assim, dado o acentuado fechamento de salas de exibição, essa maratona traz um alento, fazendo o caminho inverso: sai do centro e vai ao bairro”, analisou o secretário parabenizando as acadêmicas pela iniciativa.